Desde que troquei de médico nas 35 semanas de gestação, deixei bem claro para a Dra que me acolheu que queria parto normal. Estávamos ansiosos para conhecer logo nosso filho Pietro.
Eu tive muitas contrações de treinamento, e quando chegou a consulta de 39 semanas a médica disse para eu deixar a cesárea marcada para o dia 28/01 caso não entrasse em trabalho de parto até 26/01, e deixando bem claro que cesárea seria bem melhor pois o bebê estava bem grande.
Eu já estava afastada do trabalho por causa dos edemas.
Nas 39 semanas fiz de tudo para as contrações aumentarem e realmente entrar em trabalho de parto, pois o medo era maior da cesariana do que a dor do parto normal. Elas aumentavam enquanto eu me esforçava, porém a cada descanso para diminuir o inchaço elas também diminuíam e foi assim até a madrugada de 25/01/2014 .
Mal dormi naquele sábado, com contrações mais próximas, e com dor. Fiquei mais empolgada, e fui tomar um banho quente de cócoras, para aumentar o trabalho de parto. Só acordei meu esposo para me levantar do chão do banheiro, pois como havia engordado 23kg não conseguia mais me levantar sozinha. rs
Esperei o dia amanhecer para dar o alarme das dores e fazer tudo com calma pois havia tempo. Minha irmã estava na minha mãe e passou na minha casa para me dar um abraço, foi quando eu pedi a ela que me levasse para o hospital, pois já estava com dores, mesmo tendo certeza que não ganharia naquele dia. Fomos para o hospital. A médica me pediu para eu ir para o hospital caso entrasse em trabalho de parto e pedir para que alguma recepcionista ligasse para ela, mas outro médico de minha confiança estava lá e pedi que ligasse só por protocolo.
Novamente fiz o exame de cardiotocografia por 20 minutos. Onde foram mostradas mais contrações com começo de trabalho de parto porém com pouca dilatação. Meu esposo foi para casa almoçar e buscar algo para eu comer. Quando ele voltou, eu nem comi, fomos direto para o retorno da consulta por causa das dores que aumentavam, e o médico me perguntou se eu queria induzir ou fazer uma cesariana, pois eu já estava a mais de 8 horas no hospital e não dilatava o suficiente. Eu já sabia os riscos do parto induzido para o bebê, pois ele ficaria muito agitado e poderia se enroscar no cordão. E conversando com o médico e meu esposo optei pela cesárea naquele mesmo dia.
Eu fiz tudo para um parto normal, mas não me importava com a decisão final desde que meu filho nascesse bem, e logo. Liguei para uma amiga para buscar minhas malas pois em 30 minutos eu entraria para o centro cirúrgico. E foram chegando amigos e parentes.
Acredito que foi a melhor decisão! Fui preparada
para a cesariana, pois já havia feito até a depilação por precaução de trabalho de parto. Conferiram a raspagem
dos pêlos e tomei um banho para lavagem com um bactericida na barriga.
Na sala de cirurgia uma auxiliar de enfermagem maravilhosa, todas eram na realidade, mas na hora da anestesia raquidiana ela me segurou e dizia: "-Fica tranquila que Deus está no controle, segura nas minhas mãos e ele é um ótimo anestesista irá te conduzir também."
Aquelas palavras vieram na melhor hora, porque eu estava apavorada com a bendita anestesia de tanto que me falaram que doía muito, e não foi nada do que me falaram. E
foi só uma picadinha que senti, desagradável, mas uma bezetacil é bem pior. O anestesista me explicou tudo o que ia acontecer.
Fiquei com os olhos e ouvidos tão atentos que respirar pra mim era a coisa mais díficil do mundo. E disse ao anestesista que ficou ao meu ladoe me observando: "-Parece que estou indo embora!"
Ele riu e disse: "-Respira fundo, você não está respirando direitinho." E foi bem assim, logo me senti como se ligassem um ventilador no meu cérebro. Senti elas arrumando minhas pernas para colocar a sonda.
E pensei: "Cadê meu marido, quero meu marido!" Daí então ele entrou na sala. Ele ficou ao meu lado o tempo todo. Tentei ver pelo reflexo do teto a mesa de operação, mas estava pensativa e ansiosa e dispersava a atenção. Não senti nada e na minha mente demorava muito para ouvir o choro, estava com tanto medo. E de repente ouvi o médico falando: "-Pensei que não ia sair nunca! rs"
Mas eu não ouvi ele chorar em seguida, fiquei com medo, quando ouvi um chorinho de longe e eu olhei pro meu esposo e comecei a chorar também e disse: "-Está ouvindo amor? É o chorinho dele, mas está tão longe!" Ele disse: "-Levaram ele para limpá-lo." Li sobre perguntar da nota de Apgar, mas na hora nem lembrei.
Finalmente trouxeram meu príncipe para eu conhecer. Lindo, cabeludo, enorme! Primeira coisa que reparei foi o cabelo e pensei que era cacheado igual ao meu, pois estava todo bagunçado. Eu só queria sentir o cheiro dele, beijá-lo e abraça-lo. A simpática auxiliar colocou ele colado ao meu rosto para que eu pudesse senti-lo e cheirá-lo, pois não poderia abraçar ele já que estava com os braços presos. Mas nunca vou me esquecer daquele momento (lágrimas). E elas tiraram para nós algumas fotos inesquecíveis.
Nasceu enorme, pesou 3.670 kg e com 52cm. Meu esposo saiu da sala e foi mostrar as fotos para nossos amigos e familiares, enquanto o médico terminava minha cirurgia. Senti pressão forme no meu abdomen, ele apertando para não ficar gases, muito estranho tudo. O doutor veio conversar comigo, colocou a mão na minha cabeça e com olhos acolhedores e perguntou: "-Tudo bem?" Eu disse que sim. E ele continuou: "-Tá tudo bem! A cirurgia foi um sucesso! Mas o bebê estava com 3 circunferencias." Ou seja, por isso eu não dilatava! Naquele momento tudo havia se esclarecido do porque contrações sem dilatação. Meu filho estava enrolado no cordão! Graças a Deus fizemos a escolha certa, não perfeita, mas a certa.
Fui pra sala de recuperação, que estava vazia e fiquei batendo papo com a auxiliar de enfermagem até a anestesia passar seu efeito.
Fui para o quarto às 3 horas da madrugada, minha irmã já estava a minha espera, o que me deixou muito feliz, pois esqueci que poderia ter acompanhante comigo. Eu estava ansiosa para pegar meu filho e amamentar, pois ele chegaria no quarto ás 4 horas. A auxiliar tirou a sonda, doeu muito. Me ajudaram a levantar e fui tomar banho, queria estar limpinha para meu bebê. mesmo com todo sacrifício do mundo, consegui tomar banho e me alimentar. Liguei o celular e logo apareceram marcações comigo no facebook e lá estava meu pequeno. Fiquei conversando um pouco com minha irmã, eu estava ansiosa e falante. Enfim 4 horas! E entra meu príncipe no quarto, lindo demais, parecia um sonho. Na realidade é um sonho, o meu sonho que se tornou realidade!
Foi muito difícil para eu amamentar, não conseguia fazê-lo. Mas elas me ajudavam, e tinha o horário de descanso da mãe, mas eu queria sair de lá sabendo amamentar e pedi a elas que mesmo que fosse no meu descanso, na hora que ele chorasse para mamar elas poderiam trazer ele para mamar no peito.
No dia seguinte a única coisa que restou foi a coceira da morfina que me acarretou duas injeções anti-alérgicas, graças a Deus, pois parecia que eu iria arrancar meu nariz. Me senti muito bem, mesmo sem cinta e com a barriga como se ainda estivesse de 5 meses, mas super bem.
Teve os pós para alta. Além de amamentar, me alimentar bem, eu tinha que urinar e evacuar. Fazer xixi foi fácil apesar de arder demais. Já para fazer cocô demorou pois eu tinha comido apenas algumas bolachas e que não havia passado do estômago ainda. Infelizmente, mesmo avisando a auxiliar que não era necessário um laxante e sim alimentos, tive que tomar o bendito. Eu me conheço e sei que sou de fácil digestão, pois no dia seguinte o que tive foi uma bela diarreia! Ainda bem que não havia ninguém próximo ao banheiro. rs
Foi super legal os outros dias, pois tinha apenas uma paciente no meu primeiro dia e que teve alta, fiquei mais a vontade no quarto. Minha irmã dormiu uma noite comigo, então fiquei só.
Uma coisa é fato, queria ter vivido a experiência do parto normal.
Enfim mulheres, espero que tenham gostado do relato do meu parto.
Faça a escolha que for melhor pra você!
Um super bju e até a próxima!
Meu príncipe: Pietro
